Google, Meta, TikTok e LinkedIn oferecem caminhos diferentes para atrair clientes — mas cada um funciona melhor pra um tipo de negócio.
Quando o papo é sobre links patrocinados, muita empresa entra no jogo achando que basta sair clicando em “impulsionar” e esperar os resultados caírem no colo. Mas a realidade é bem menos mágica (e bem mais estratégica). Cada plataforma tem um jeitão, um tipo de público, uma linguagem própria — e isso muda totalmente a forma como a empresa deve aparecer. O anúncio que bomba no TikTok, por exemplo, dificilmente vai gerar algo relevante no LinkedIn. E vice-versa.
Pra começo de conversa, tem uma pergunta que precisa ser respondida com sinceridade: sua empresa vende pra consumidor final (B2C), pra outras empresas (B2B), ou atende os dois públicos? Porque isso define tudo. Desde a escolha da plataforma até o tom da campanha.
Vamos falar primeiro do queridinho de quem quer estar presente nas buscas: o Google Ads. Aqui, a grande vantagem é que o usuário já está procurando ativamente por algo. Quem digita “consultoria contábil em Curitiba” já tá quase pronto pra virar cliente. É marketing de intenção pura. Por isso, o Google funciona super bem tanto pra empresas B2C que vendem produtos ou serviços diretos, quanto pra empresas B2B que querem aparecer nos momentos em que o cliente está com a dor latejando.
Mas nem só de busca vive o marketing pago. Entram em cena os anúncios de Meta Ads — Facebook e Instagram — que são ótimos pra criar desejo, educar o público e manter a marca sempre em evidência. São canais perfeitos pra B2C, principalmente quando o produto tem apelo visual. Vende moda, cosmético, gastronomia, decoração? Pode apostar que o Meta vai entregar bons resultados (desde que o criativo seja caprichado, claro).
E se a ideia é falar com gente mais jovem, que consome conteúdo com velocidade de foguete, vem o fenômeno do TikTok Ads. Sim, aquela rede que começou com dancinha virou uma potência de vendas. Aqui, os vídeos curtos mandam na atenção — e o desafio é ser direto, criativo e autêntico. Empresas B2C nadam de braçada por ali. Desde e-commerces até pequenos negócios locais, todo mundo pode encontrar seu espaço. Mas vale o alerta: não dá pra forçar a barra. O público do TikTok é exigente com naturalidade.
Agora, quando o foco são empresas que vendem para outras empresas, o território ideal costuma ser o LinkedIn Ads. Essa rede é feita pra profissionais e decisores. Anunciar lá exige um pouco mais de investimento e estratégia, mas o retorno pode ser alto quando o objetivo é gerar leads qualificados. Cursos corporativos, serviços especializados, SaaS, consultorias… todos eles encontram no LinkedIn o terreno certo.
Ou seja, cada canal de anúncio funciona como uma peça diferente no tabuleiro do marketing digital. Não dá pra jogar todas do mesmo jeito. Escolher bem onde aparecer, pra quem aparecer e como se comunicar faz toda a diferença entre acertar em cheio ou virar só mais um post ignorado no feed.
Como funciona cada canal de links patrocinados — e pra quem ele realmente serve
Google Ads: o rei da intenção
O Google Ads é aquele clássico que nunca sai de moda. Ele aparece no topo da busca quando alguém digita exatamente aquilo que sua empresa oferece. E isso tem um nome bonito: intenção de compra. Diferente das redes sociais, onde o público tá ali pra ver memes e fotos de viagem, quem entra no Google quer resolver uma questão agora.
Pra empresas B2B, isso é ouro puro. Pense numa indústria que busca uma empresa de automação. Ou um contador que quer contratar um sistema de gestão. São buscas específicas, com palavras bem técnicas, que mostram que o lead está quente.
Agora, se o foco é B2C, o Google também brilha — principalmente com produtos de necessidade clara, como “manutenção de ar-condicionado”, “tênis pra corrida”, “plano odontológico barato”. Ninguém quer perder tempo: o cliente quer clicar, comparar e decidir.
Dica de ouro: o segredo aqui é acertar nas palavras-chave. Ficar só no “barato”, “promoção” e “melhor” pode te jogar numa guerra de lances sem fim. Vale mais a pena usar termos específicos que tragam qualidade de tráfego do que simplesmente volume.
Meta Ads: alcance gigante com custo competitivo
Os anúncios no Instagram e Facebook funcionam muito bem quando o objetivo é construir marca ou apresentar um produto novo. Com criativos bem feitos — leia-se boas imagens, vídeos rápidos, textos leves e uma chamada matadora — dá pra conquistar públicos variados, mesmo aqueles que ainda nem sabiam que precisavam da sua solução.
Para negócios B2C, isso é um prato cheio. Roupas, comida, acessórios, estética, cursos… qualquer coisa que desperte o lado emocional do consumidor tem potencial de bombar aqui. Os anúncios de feed e stories colocam sua marca na rotina da galera, quase como quem não quer nada — e isso gera reconhecimento com o tempo.
Já no B2B, o Meta pode funcionar, sim, mas com um porém: o público é mais frio. Ele não está procurando um CRM enquanto passa o dedo no feed. Então a abordagem precisa ser indireta e estratégica. Funciona melhor pra educar, nutrir e levar o lead pra dentro do funil — não necessariamente pra vender logo de cara.
Dica de ouro: invista em segmentações baseadas em interesse e comportamento, mas sem exagero. Muita segmentação pode deixar o público pequeno demais e encarecer o custo por clique.
TikTok Ads: velocidade, criatividade e humor
O TikTok Ads ganhou espaço rápido — e não foi à toa. A rede virou um universo paralelo onde a atenção dura poucos segundos, mas o impacto pode ser gigantesco. Diferente de outras plataformas, aqui o sucesso não depende só de orçamento, mas de conteúdo autêntico.
Para o B2C, é um paraíso de possibilidades. Produtos diferentes, úteis, engraçados ou bonitos — tudo isso tem chance de viralizar se for mostrado do jeito certo. Vale mais mostrar como o produto funciona na prática do que falar de especificações. Ninguém quer ver propaganda: querem entretenimento com informação embutida.
Já para o B2B, o cenário é mais desafiador, mas não impossível. Algumas marcas estão usando o TikTok pra mostrar os bastidores da empresa, compartilhar rotinas, responder dúvidas frequentes ou até fazer storytelling com humor. Funciona bem em nichos como RH, educação, eventos e inovação. Mas é preciso tom cuidadoso e muito domínio do formato.
Dica de ouro: não adianta querer adaptar aquele vídeo institucional. No TikTok, quem fala direto com a câmera, mostra bastidores, erros de gravação e até “fails” do produto acaba criando mais conexão do que vídeos superproduzidos.
LinkedIn Ads: o mundo dos negócios com foco em resultado
O LinkedIn Ads não é pra qualquer um — e essa é justamente sua maior força. A rede é formada por profissionais, executivos e tomadores de decisão. Ou seja, não é lugar pra vender shampoo ou camiseta. Mas é perfeito pra quem oferece soluções corporativas, consultorias, softwares, treinamentos ou serviços técnicos.
Empresas B2B encontram aqui um ambiente onde falar difícil não assusta, e onde o público valoriza dados, autoridade e networking. Dá pra fazer anúncios segmentados por cargo, setor, tempo de experiência, local de trabalho, e muito mais.
Já o B2C costuma ter dificuldades aqui, porque o público está com outro foco. Mas há exceções: marcas que trabalham com produtos para executivos, educação executiva, eventos de networking ou livros e conteúdos premium podem funcionar bem se a estratégia for correta.
Dica de ouro: o LinkedIn é mais caro por clique, então a régua precisa subir. Campanhas mal segmentadas aqui queimam verba rápido. O ideal é trabalhar com anúncios diretos para captura de lead ou para conteúdos muito relevantes que façam o público clicar com propósito.
E quando a empresa é B2B e B2C ao mesmo tempo?
Existem negócios que falam com os dois públicos. Um exemplo clássico é uma empresa de tecnologia que oferece um app para usuários finais (B2C), mas também vende planos corporativos (B2B). Nesses casos, o ideal é dividir claramente as frentes de comunicação.
Você pode usar Google e Meta Ads pra atrair usuários finais, enquanto ativa LinkedIn Ads e campanhas de display segmentadas pra falar com empresas. O importante é não misturar as mensagens. Cada público tem sua linguagem, suas dores e suas motivações.
Se você tentar fazer um anúncio que agrade os dois ao mesmo tempo, provavelmente não vai acertar nenhum.
A curiosidade inesperada: o primeiro banner pago da internet tinha 44% de cliques
Hoje, se um anúncio digital atinge 1% de CTR (taxa de cliques), já tem gente comemorando com bolo e guaraná. Mas em 1994, quando o primeiro banner patrocinado da internet entrou no ar, a coisa foi tão nova, tão esquisita, tão chamativa… que quase metade das pessoas clicaram. Literalmente.
O anúncio dizia assim: “Have you ever clicked your mouse right here? You will.” (em bom português: “Você já clicou o mouse bem aqui? Vai clicar.”). Nada de botão chamativo, nada de preço ou oferta. Só uma provocação. E funcionou: o CTR foi de incríveis 44%.
Esse banner foi publicado no site da revista Wired, com patrocínio da AT&T, e marcou o início da publicidade digital como conhecemos hoje. A partir dali, o mundo descobriu que era possível pagar pra aparecer — e que isso podia gerar resultados rápidos, com mensuração em tempo real. Uma revolução.
Mas aí entra a parte mais curiosa: com o tempo, as pessoas começaram a ignorar os banners. Nasceu o fenômeno chamado “banner blindness” — ou cegueira de banner. A audiência, bombardeada por anúncios, passou a simplesmente não ver os espaços publicitários. Estavam ali, piscando, coloridos, chamando atenção… mas os olhos pulavam direto pra parte que interessava.
Foi esse comportamento que obrigou o marketing digital a evoluir — e muito. Se antes o desafio era só aparecer, agora passou a ser aparecer com relevância. E daí surgiram os links patrocinados com segmentação inteligente, remarketing, conteúdo nativo, criativos otimizados, anúncios em vídeo e tudo o que temos hoje.
Engraçado pensar que, lá no início, não havia concorrência, nem algoritmo, nem leilão de palavras-chave. A empresa comprava um espaço, colocava um gif piscando e pronto. Só que o público era outro também: mais curioso, mais inocente digitalmente falando.
Hoje, com a avalanche de conteúdo rolando a cada segundo, ser visto não depende mais de estar presente. Depende de estar no lugar certo, com a mensagem certa, do jeito certo — e no exato momento certo. Fácil? Nem um pouco. Mas é o que torna o jogo interessante.
Essa história também ensina outra coisa importante: toda estratégia de mídia paga tem prazo de validade. O que funcionava há dois anos pode não fazer nem cócegas agora. Por isso, quem investe em anúncios precisa estar sempre atento, testando formatos, explorando novos canais e ouvindo o que o público responde.
Aliás, isso vale tanto pra empresas quanto pra profissionais de marketing. Quem para no tempo vira banner piscando que ninguém mais vê.